Fonte: Gazeta Mercantil
A Cooperativa Central Mineira de Laticínios (Cemil) investiu US$ 5 milhões para mudar a embalagem do leite longa vida, agora com design diferenciado e novo prático sistema de abertura.
A empresa mineira trocou a multinacional de origem sueca Tetra Pak, líder absoluta do mercado brasileiro de embalagens cartonadas, pela suíça SIG Combibloc, sendo a primeira empresa do País a embalar leites regulares (integral, semi-desnatado e desnatado) com material da companhia suíça, que ingressou há cinco anos no mercado brasileiro.
Investimento no futebol
O lançamento, no mês de janeiro, alavancou as vendas da empresa em 10%, informa o presidente da Cemil, João Bosco Ferreira. A Cemil, que também fabrica achocolatados e bebidas à base de soja, também investe R$ 2 milhões em ações de marketing para divulgar a nova embalagem, que, mais cumprida, facilita o manuseio e ocupa menos espaço na geladeira, comenta Ferreira.
A aporte inclui campanha na TV e placas de publicidade nos estádio de futebol de Minas Gerais durante o Campeonato Mineiro. A empresa, que trabalha com a agência Ilustra, obteve a licença para estampar as marcas do Clube Atlético Mineiro e Cruzeiro Esporte Clube nas embalagens dos seus produtos. Fundada em 1992 e com fábrica em Patos de Minas (MG), a Cemil adquiriu duas máquinas de envase capazes de embalar 12 mil embalagens de 1 litro por hora. A capacidade de produção passou de 300 mil litros por dia 480 mil litros diários.
Líder na região leste
A empresa lidera o mercado nacional de lácteos na região leste do País (Minas Gerais, interior do Rio e Espírito Santo) com 15,7% de participação de mercado, de acordo com dados do instituto Ibope. No País, a empresa tem 2,5% de participação. Ferreira diz que o objetivo é saltar para 3,5% neste ano. Um dos focos é crescer na região nordeste, em razão da proximidade com Minas Gerais.
Presente em 16 estados brasileiros, a Cemil registrou faturamento de R$ 137 milhões em 2007. Para 2008, a empresa tem expectativa de crescimento de 6%, puxada pela expectativa de aumento de vendas com a nova embalagem. "O brasileiro gosta de novidades e até paga mais caro para um produto de melhor qualidade", diz Ferreira. Controlada desde o ano passado pelo do grupo neozelandês Rank, a SIG Combibloc detém 2% de participação de mercado no País. No segmento de lácteos, possui 3,5%.
A companhia, que importa as máquinas e embalagens vendidas no País, vai investir 100 milhões para erguer uma fábrica em Campo Largo (PR), próximo de Curitiba, com capacidade de produção de 2 bilhões de embalagens por ano em um primeiro módulo. O protocolo de intenções para a contrução da unidade industrial já foi assinado com o governo do Paraná e a unidade deve entrar em operação até 2009.
Além da Cemil, no segmento de lácteos a empresa também já fornece para a Piá, do Rio Grande do Sul, Batavo (leites especiais e de soja) e Frimesa (leite condensado). De acordo com a gerente de marketing da SIG Combibloc para a América do Sul, Luciana Galvão, o objetivo da empresa, cujo faturamento global atinge ? 1,3 bilhão, é atingir entre 15% e 20% do mercado nacional de embalagens cartonadas após 10 anos de operação no País.
A empresa está ingressando também no mercado de derivados de tomate, no qual já fornece para a Brasfrigo e Siol Alimentos. A meta da empresa, diz Luciana, é abocanhar 7% desse mercado até o final deste ano.
Mercado em expansão
A Tetra Pak lidera o mercado global de embalagens cartonadas com cerca de 75% de participação, a SIG Combibloc tem 20% e a Elopak, com forte operação na Europa, 5%.
O mercado brasileiro de embalagens cartonadas movimentou cerca de R$ 6 bilhões no País em 2007, montante 7% superior ao de 2006. Foram consumidos 5 bilhões de litros no ano passado, e o leite UHT possui 80% do mercado. Alavancado pela migração de produtos que antes eram embalados com outros materiais, como aço e PET, o setor de embalagens cartonadas tem crescimento esperado de 6% nos próximos três anos, segundo o Landell Mills, instituto internacional que monitora o crescimento do mercado de produtos lácteos. O mercado mundial de embalagens cartonadas para lácteos movimentou aproximadamente 43 bilhões de litros em 2006.
