A gigante alimentícia Unilever está planejando produzir um sorvete a base de leite que não vem de vacas.
A empresa está trabalhando em um processo chamado "fermentação de precisão", que usa substâncias como leveduras e fungos para produzir proteínas do leite em uma cuba. O produto pode estar disponível ao mercado em cerca de um ano, de acordo com Andy Sztehlo, chefe de pesquisa e desenvolvimento de sorvetes da Unilever.
Se for bem-sucedida, a Unilever pode ser a primeira grande empresa de alimentos a criar um sorvete feito de laticínios sem vacas (apelidado de leite cultivado em laboratório), em uma indústria florescente dominada por startups menores. Um gigante do consumo como a Unilever desenvolvendo uma versão de fermentação de precisão de uma de suas principais marcas aumenta a esperança de que a tecnologia possa ser ampliada.
“Provavelmente estará em uma de nossas grandes marcas globais, possivelmente uma de nossas marcas norte-americanas”, disse Sztehlo a jornalistas em uma visita às instalações de pesquisa da Unilever em Colworth, perto de Bedford, na Grã-Bretanha. A empresa está trabalhando com várias startups nesses produtos e Sztehlo disse que provou alguns protótipos na semana passada.
O plano faz parte da estratégia do grupo de sorvetes de “reduzir as emissões de gases de efeito estufa na fabricação de produtos como as barras Ben & Jerry's e Magnum”. Lidar com essas emissões é uma da questão desafiadora para as empresas de alimentos, à medida que cresce a pressão para “limpar” suas cadeias de suprimentos.
Imitar a estrutura da proteína do leite em laboratório é difícil, porque o leite contém muitos tipos diferentes de proteína. O “substituto” deve se misturar com saborinzantes e emulsificantes e congelar como leite normal. No ano passado, a Starbucks Corp. começou a tentar vender leite alternativo e sorvete fabricados pela Perfect Day Inc.
Fonte: Bloomberg
