10/06/2022 às 10h53min - Atualizada em 10/06/2022 às 10h53min

Queijarias de Ponte Alta recebem registro do Serviço de Inspeção Municipal

EPAGRI

Duas queijarias do município de Ponte Alta, no Planalto Sul Catarinense, agora contam com o registro no Serviço de Inspeção Municipal (SIM). A Queijaria Tobias e a Queijaria Maciel, que produzem o queijo artesanal serrano (QAS), receberam o título no dia 24 de maio. Os estabelecimentos são atendidos pela Epagri e fazem parte da Associação de Produtores de Queijo Artesanal Serrano da Serra Catarinense (Aproserra).

“O registro no Serviço de Inspeção Municipal significa uma grande conquista e também uma tranquilidade para a comercialização do produto, já que ele poderá ser vendido para toda a região da Amures, devido ao convênio que o município de Ponte Alta possui com a Associação dos Municípios da Região de Lages. Isso ampliará as vendas e a receita da família”, afirma Fátima Farias Pereira, proprietária da Queijaria Tobias.

A construção das queijarias iniciou em 2015 com incentivo do Programa SC Rural. A Epagri realizou a capacitação dos produtores em diversas áreas, incluindo Boas Práticas de Fabricação, Boas Práticas Agropecuárias, manejo da ordenha e cursos relacionados à fabricação de produtos lácteos. “Agora, as famílias estão se organizando para dar entrada no Selo Arte, que atesta a autenticidade desses produtos como artesanais e permite ampliar a comercialização para todo o Brasil”, conta a engenheira-agrônoma Adelina Cecilia Berns, extensionista da Epagri em Ponte Alta.

Queijaria Tobias
Conduzida por Fátima e pelo esposo José Tobias Pereira, a queijaria localizada na comunidade de Cerro Verde I preserva uma tradição da família. O casal se dedica à criação de gado de corte e à fabricação de queijo há quase 30 anos. No início, o produto era fabricado na cozinha de casa, em um espaço pequeno, aproveitando o leite disponível na propriedade.

O sonho da família sempre foi ter um local próprio para a fabricação e, com apoio da Epagri e incentivo do Programa SC Rural, a queijaria se tornou realidade. O estabelecimento tem 26m² de área e a sala de cura tem capacidade para 200 peças. O queijo da família Tobias já participou de concursos e foi até premiado.

Queijaria Maciel
A história da Queijaria Maciel começou com o leite de apenas duas vacas. Elas eram ordenhadas embaixo de uma árvore e a pequena produção da família era vendida de porta em porta. Com o passar do tempo, a produção cresceu, a família fez cursos, construiu uma queijaria e aperfeiçoou a fabricação do produto, que inclusive já foi premiado. Há mais de 20 anos, essa é a principal fonte de renda do casal Idefonso e Rosa Maciel, que vive no Assentamento Anita Garibaldi.

Queijo Artesanal Serrano
O QAS é feito com leite de vacas de raças de corte ou mista alimentadas basicamente com pastagens nativas e tem maior percentual de gordura. A textura amanteigada, o aroma e o sabor que se acentuam com a maturação são características que diferenciam esse queijo dos demais artesanais do Brasil.

A história desse produto remonta a 1730, com o início do tropeirismo em Santa Catarina e o surgimento das primeiras propriedades rurais na Serra Catarinense. Além dos fatores culturais, humanos e históricos envolvidos, o clima, o solo, a altitude e a vegetação também contribuem para dar ao queijo um sabor único. Outro fator que diferencia o QAS é o processo produtivo, que se caracteriza por um saber-fazer transmitido de geração a geração por mais de dois séculos.

Em 2020, a região produtora de queijo artesanal serrano, que engloba 18 municípios catarinenses e 16 do Rio Grande do Sul, obteve reconhecimento da Indicação Geográfica (IG) “Campos de Cima da Serra” na modalidade Denominação de Origem (DO).
 

Fonte: Epagri
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