02/05/2010 às 10h17min - Atualizada em 02/05/2010 às 10h17min

Cientistas brasileiros irão sequenciar o código genético do zebu

Após um ano da divulgação do mapeamento do genoma bovino, realizado pela comunidade científica internacional, o Brasil iniciará os estudos para realizar o sequenciamento genético de animais das raças zebuínas. O lançamento do programa será feito no dia três de maio, em Uberaba, às 10h, durante a abertura da Expozebu uma das maiores exposições pecuárias do mundo.

O seqüenciamento genético bovino, noticiado em abril de 2009 pela revista Science, envolveu cerca de 300 cientistas de todo o mundo (inclusive pesquisadores brasileiros). O animal objeto de estudo foi uma vaca da raça Hereford. 

A Hereford pertence à subespécie Bos taurus taurus, de origem européia, assim como as raças Holandesa, Jersey e Pardo Suíço. Os animais das Raças Guzerá e Gir são da subespécie Bos taurus indicus. 

De origem indiana, esta segunda subespécie tem grande importância econômica para o Brasil e países de clima tropical, diz o chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Gado de Leite, Rui Verneque. São animais rústicos e se adequam melhor às regiões de temperaturas mais elevadas, explica Verneque. 

Dada a estas características, a comunidade cientifica nacional acredita ser muito importante conhecer o sequenciamento genético do gado zebuíno. Precisamos descobrir quais as diferenças genéticas entre as raças européias e indianas para subsidiarmos melhor os estudos de melhoramento genético dos rebanhos Gir e Guzerá, afirma Marcos Vinícius G. B. da Silva, pesquisador da Embrapa Gado de Leite e coordenador dos estudos. Segundo o pesquisador, o estudo possibilitará o desenvolvimento de ferramentas específicas para a seleção de animais zebuínos. 

A maioria do gado bovino no Brasil é formada pelo Zebu (Nelore, Gir, Guzerá e Indubrasil) e seus mestiços com raças européias como o Girolando. O fato de fazermos o lançamento das pesquisas de sequenciamento genético na Expozebu é uma forma de ratificarmos a importância que as raças zebuínas têm para a economia brasileira, conclui Marcos Vinícius. 

O pesquisador diz ainda que este é um dos primeiros esforços mundiais para o sequenciamento do genoma de zebuínos leiteiros. O trabalho é coordenado pela Embrapa Gado de Leite e envolve a Universidade Federal de Minas Gerais; a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais; os Pólos de Excelência do Leite e Genética Bovina; Instituto René Rachou e associações de criadores. 

Rubens Neiva


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