08/11/2017 às 10h17min - Atualizada em 08/11/2017 às 10h17min

Viés de baixa persiste sobre os preços do leite ao produtor, mesmo com altas do longa vida no atacado

Os preços caíram no pagamento de outubro, referente a produção entregue em setembro, mas cabe destacar que a intensidade da queda foi menor que no pagamento anterior.

Segundo levantamento da Scot Consultoria, considerando a média nacional o produtor recebeu R$1,060 por litro, sem o frete, um recuo de 2,5% na comparação mensal.

Em relação ao pagamento realizado no mesmo mês de 2016, a média dos dezoito estados pesquisados diminuiu 10,0% este ano, em valores nominais. 

Apesar da reação nos preços dos lácteos (principalmente o leite longa vida UHT) em outubro, os repasses para o produtor dependerão de como evoluirão as vendas neste último bimestre.

No mais, a produção de leite aumentou em setembro no país. Para outubro, os dados parciais mostram que o volume capitado deverá continuar em alta no Brasil Central e região Sudeste e cair nas regiões Sul e Nordeste.

Ou seja, o viés baixista deverá se manter, com a produção crescente em importantes regiões produtoras (região Sudeste) somada a demanda patinando na ponta final da cadeia.

Do lado da produção, houve incremento de 0,3% em setembro último, frente a agosto deste ano, segundo o Índice Scot Consultoria de Captação. Para outubro, a expectativa é de queda 0,3% na média nacional.

O aumento dos custos de produção, a saída dos animais das pastagens de inverno no Sul do país e as margens da atividade se estreitando para o produtor pesaram na produção de leite em outubro e deverão continuar pesando em curto e médio prazo.

Este cenário de oferta mais ajustado deverá ajudar a diminuir, em parte, a pressão de baixa no mercado do leite. Trabalhamos com uma expectativa de um pico de produção em dezembro, mas com incrementos mais comedidos nos próximos meses.

Para o pagamento a ser realizado em novembro (produção de outubro), 48,0% dos laticínios pesquisados pela Scot Consultoria acreditam em manutenção dos preços do leite ao produtor, 45,0% falam em queda e os 7,0% restantes acreditam em alta nos preços do leite.

Aumentou o número de laticínios apontando para a estabilidade nos preços pagos aos produtores em curto prazo.

Para o pagamento de novembro ainda estão previstas quedas ao produtor, por volta de 1,5%, considerando a média nacional. Mas algumas indústrias já falam em alta para o produtor no Sul do país.

Para dezembro o tom do mercado é de estabilidade a ligeira alta no preço do leite ao produtor.

No mercado spot, ou seja, o leite comercializado entre as indústrias, os preços subiram em outubro, corroborando com o cenário de que o mercado está se ajustando do lado da oferta.

No mercado atacadista, a cotação do leite longa vida (UHT) teve valorizações nas duas quinzenas de outubro, depois das quedas desde meados de abril.

A maioria das industrias está trabalhando com estoques mais enxutos, algumas até reduzindo o volume de lácteos produzido. A alta de preços é uma tentativa de melhoria da margem de comercialização do produto, que esteve negativa nos últimos meses. Ou seja, os repasses ao produtor de leite dependerão de como evoluirão as vendas nos próximos meses.

Autor: Rafael Ribeiro
Fonte: Scot Consultoria

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