Preco leite. O aumento da produção de leite no campo e a importação que eleva a oferta do alimento no mercado interno refletiram nos preços no Rio Grande do Sul. Dados divulgados pelo Conselho Paritário Produtor/Indústria de Leite (Conseleite) nesta quinta-feira indicam que o valor de referência do litro projetado para o mês de julho é de R$ 0,9515, queda de 3,77% em relação ao consolidado de junho (R$ 0,9888).
O movimento foi puxado pela baixa de 6% no valor do leite UHT, de 3,5% no pasteurizado e de 3,4% no queijo muçarela. “Tivemos uma importante redução no mercado do UHT, que é quem puxa os preços. Estamos vivendo tempos de preços ruins”, frisou o presidente do Conseleite, Alexandre Guerra. – Jornal do Comércio (http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2017/07/economia/576299-aumento-da-oferta-e-crise-politica-provocam-queda-do-preco-do-leite-ao-produtor.html)
Nos últimos três meses, a redução, segundo o Conseleite, chega a 8,09%. Apesar disso, na ponta, o produtor vive um momento de custos de produção menores e recebe mais pelo litro, uma vez que soma bonificação mensais por qualidade e quantidade que elevam o recebido a valores próximos a R$ 1,20 por litro. A preocupação, alerta Guerra, é que o setor já vem de um primeiro semestre difícil. “A indústria enfrentou meses de prejuízo e, agora, se começa um semestre com valores muito baixos”, salientou, lembrando que o pico da safra ocorre em agosto.
Uma das soluções é o governo sinalizar favoravelmente ao pedido feito pelo setor de compra governamental de 20 mil toneladas de leite pó. O pleito foi levado pelo Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat) e pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) ao Ministério da Agricultura em reunião em Brasília neste mês. Guerra alega que o cenário de preços em baixa reflete diversos fatores. Além do aumento de 20% na captação entre maio e julho, típica nesse período do ano, a importação crescente de leite a preços menores do que o praticado no País também contribuiu. A crise política também chegou ao varejo, o que demostra a queda do poder de consumo da populaçao.
“Esse cenário ainda será impactado pelo aumento dos combustíveis recentemente anunciado”, completou o também presidente do Sindilat. Contudo o Conseleite acredita que os preços chegaram ao “fundo do poço”, visto que as pastagens – prejudicadas pela estiagem e pela recente geada – não sustentarão um aumento substancial de produção nas próximas semanas. O assessor da política agrícola da Fetag, Márcio Langer, citou o aumento de produção como um dos principais responsáveis pelos preços praticados atualmente. Os dados apresentados pelo Conseleite são resultado de levantamento realizado pela Universidade de Passo Fundo (UPF) com indicadores coletados nas indústrias. Os números foram apresentados pelo professor Eduardo Finamore.
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