22/01/2011 às 16h01min - Atualizada em 22/01/2011 às 16h01min

Minas Leite terá expansão de quase 70%

Seapa/MG

O Programa Minas Leite, coordenado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), deve alcançar neste ano uma expansão de 67%. De acordo com o coordenador Rodrigo Puccini Venturin, mil pequenas fazendas produtoras de leite terão acompanhamento dos extensionistas da Emater – MG, enquanto em 2010 o trabalho foi desenvolvido em 600 propriedades. “A produção nas fazendas assistidas aumenta com a utilização de tecnologias simples e de baixo custo, voltadas para a melhoria da produtividade”, ele explica. 

Desde a criação do Minas Leite, há cinco anos, o acompanhamento permanente das atividades das fazendas de produtores familiares, pelos técnicos da Emater- MG, gerou entre outros benefícios a melhoria dos índices de eficiência da mão-de-obra. Segundo Venturin, nesse período houve crescimento médio de 80 para 103 litros de leite retirado diariamente por trabalhador. Já o custo médio da alimentação das vacas em lactação caiu cerca de 46%. 

Esses números são confirmados em registros como os da Fazenda do Jacaré, localizada em Bocaiúva, na região Central de Minas. Nos três últimos anos, a propriedade elevou a média de produção em cerca de 45%, registrando atualmente a retirada de 90 litros de leite por dia com o mesmo plantel de nove vacas. Para Venturin, este volume de animais corresponde a uma das características da autêntica propriedade familiar.

A Fazenda Jacaré está integrada ao Minas Leite desde 2009 com acompanhamento do técnico local Iran Leite. Tem 14,4 hectares reservados para a produção leiteira, sendo 4,2 hectares ocupados com piquetes. Hélio Aparecido Marinho dos Santos, o proprietário, desenvolve a atividade há seis anos juntamente com a mulher e dois filhos. De acordo com o coordenador técnico regional da Emater-MG em Montes Claros, Luiz Aroldo Oliveira Almeida, foi de fundamental importância a concentração da produção em uma única área, pois antes eram ocupadas quatro propriedades, obrigando a família a fazer deslocamentos periódicos com os animais para os terrenos onde havia alimento disponível. 

Com a adesão ao Minas Leite, a fazenda teve acesso a diversas melhorias que ajudaram a melhorar a produtividade e garantir a qualidade do produto de maneira sustentável, com melhoria da renda e qualidade de vida. O coordenador cita entre essas melhorias a construção de piquetes, que possibilitam o pastejo rotacionado, sistema proposto a todos os produtores que aderem ao programa. O gado permanece em áreas protegidas por cercas eletrificadas que podem ter como suporte estacas de madeira ou bambu obtidos na propriedade. Nessas áreas, os animais recebem também um alimento básico constituído de cana-de-açúcar com uréia, concentrado desenvolvido pela Epamig, além de sal e água.

Uma das vantagens dos piquetes é que o uso adequado do pasto nas áreas cercadas diminui a necessidade de suplementar a alimentação do gado com ração. Além de possibilitar a redução de custos, os piquetes são uma prática sustentável. 

A Fazenda Jacaré também teve bom retorno com a aquisição de equipamentos destinados ao preparo de volumoso. Além disso, a propriedade passou a utilizar o programa de alimentação de gado leiteiro recomendado pela Epamig e fazer a adubação de pastagem. Além disso, segundo Almeida, os técnicos da Emater-MG orientaram o produtor a investir em energia na fazenda e a propriedade foi incluída no crédito rural (Pronaf). 

Melhoria da gestão
As práticas para melhorar a gestão aplicada na Fazenda Jacaré também são apresentadas aos demais produtores que integram o Minas Leite, respeitando as condições específicas de cada propriedade. “A ênfase é na gestão voltada para o aumento da produtividade”, diz Feliciano Oliveira, coordenador do programa pela Emater. Os 282 técnicos a serviço do Minas Leite tiveram treinamento da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Minas Gerais (Epamig). O trabalho desses extensionistas inclui a assistência aos produtores que se interessam pela implementação do sistema de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta em suas propriedades.

Esse sistema permite a integração de culturas agrícolas diversificadas numa mesma área de cultivo, com a possibilidade de combinar floresta plantada, pastagem e grãos nas suas diversas modalidades. No caso das propriedades destinadas à produção leiteira, além dos benefícios diretos à atividade, o sistema de ILPF possibilita outras fontes de geração de renda.

Oliveira concorda que os produtores satisfeitos com os resultados das ações desenvolvidas em suas propriedades têm um papel importante na divulgação do programa. “Cada fazenda assistida se torna uma unidade demonstrativa do Minas Leite e repassa tecnologia para outras dez localizadas na região”, explica. “Os produtores que ainda não aderiram ao programa percebem, ao participar dos dias de campo e outros encontros, os aspectos que diferenciam positivamente as fazendas assistidas”, diz o coordenador. Em 2010 foram realizados 52 encontros.

Para receber a assistência do Minas Leite os produtores devem procurar as unidades da Emater-MG. É necessário comprovar a condição de agricultor familiar.


 


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