26/05/2021 às 10h10min - Atualizada em 26/05/2021 às 10h10min

Rio Grande do Sul é declarado livre de aftosa sem vacinação pela OIE, diz Farsul

A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em sua 88ª Assembleia Geral realizada em 27 de maio, oficializou a concessão do certificado de área livre de febre aftosa sem vacinação ao Rio Grande do Sul. O anúncio foi feito no início da plenária, pouco depois das 7h. Após o anúncio, foi realizada uma live pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que contou com a presença do presidente da Farsul, Gedeão Pereira, representando a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

O anúncio repercutiu em todo o Rio Grande do Sul com a expectativa de fronteiras que poderão ser abertas às carnes gaúchas a partir deste novo status sanitário, chancelado pela maior autoridade de sanidade animal no mundo. Projeções apontam que a proteína animal produzida no estado possa alcançar até 70% dos mercados então fechados. Além disso, a pecuária gaúcha poderá fortalecer sua presença em países que já compram a carne brasileira. A expectativa é que este novo patamar sanitário gere resultados positivos para toda a agropecuária uma vez que o setor de grãos também precisará atender a demanda da cadeia de proteína animal.

Logo após a oficialização, o presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, alertou para o papel do produtor na manutenção do status. Ele lembrou que o primeiro vigilante é o pecuarista. "A responsabilidade é muito grande e aumenta muito quanto ao aspecto de vigilância de nossos animais, da vigilância sanitária. Nós, produtores rurais que estamos vivenciando as nossas propriedades, somos os primeiros vigilantes. É verdade que o serviço oficial veterinário tem grande responsabilidade quanto as nossas fronteiras, portos e aeroportos. Mas, os principais somos nós, que estamos dentro das nossas propriedades", declarou.

Gedeão também reforçou a importância dos fundos privados para a segurança do produtor. "Estamos também tratando de fortalecer os nossos fundos privados, e o exemplo no Rio Grande do Sul é o Fundesa (Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária), para que ele tenha agilidade necessária, fora da burocracia estatal. Caso haja algum acidente com o aparecimento de um foco de febre aftosa, esse fundo deve rapidamente indenizar o produtor para que ele não saia quebrado", avalia Gedeão.

O presidente do Sistema Farsul destaca a agilidade como ação fundamental do produtor. "Quando achares qualquer suspeita em tua propriedade, é preciso correr rapidamente à autoridade sanitária para que esses veterinários do serviço oficial cheguem e vejam as possibilidades de diagnósticos diferenciais. Existem outras enfermidades vesiculares que podem ser confundidas com febre aftosa. Só teremos uma conquista efetiva, duradoura, se tivermos vigilância e rapidez. É uma responsabilidade nossa, e é bom que que o produtor entenda isso e por isso que temos os fundos privados para dar essa segurança a eles", defendeu.

Apesar do alerta, Gedeão ressalta a importância da obtenção do status. "Temos que comemorar, é um status elevado, o melhor do mundo e podemos efetivamente galgar novos mercados como Japão, Coréia do Sul, México, entre outros que não importam nenhuma carne de países que tem o status de livre de aftosa com vacinação. Chegamos lá, temos que respeitar aquilo que alcançamos. Não é uma conquista só do produtor rural, é do povo brasileiro. De degrau em degrau, nós estamos atestando que caminhamos rapidamente para os países que desfrutam o pequeno clube de primeiro mundo. Esse é o caminho do Brasil e esse é o caminho do agronegócio brasileiro.

Na live do Mapa para celebrar a conquista, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, destacou a cooperação entre todos os envolvidos. "O dia de hoje reforça a minha crença na colaboração, pois todos puxaram numa mesma direção, seja o ministério, o Estado, servidores, veterinários, produtores, entidades, entre outros, todos entendendo o reflexo positivo que isso tem na nossa produção", disse.

Na transmissão, Gedeão Pereira, além de cumprimentar os produtores pelo trabalho que resultou nesse avanço, lembrou que a conquista vai beneficiar outras duas cadeias importantes para o Estado. "É verdade que a suinocultura, principalmente dos estados do Sul, como a avicultura, que nada tem a ver com a aftosa, também se beneficia do status sanitário, porque é um conjunto de medidas sanitárias relacionadas às atividades das três carnes que hoje invadem o mundo, tanto a suinocultura, como a avicultura, como a pecuária de corte brasileira", citou.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, destacou o que representam em âmbito nacional os certificados para o Rio Grande do Sul e mais dois estados. "São 44 milhões de cabeças de gado, o que corresponde a 20% do nosso rebanho bovino, em zonas livres. Quase 50% da suinocultura, e 58% dos frigoríficos de abate estão em regiões com esse novo status sanitário. Ressalto empenho dos pecuaristas brasileiros em cumprir as normas sanitárias. Saliento a dedicação dos servidores que trabalharam incansavelmente para a execução do plano estratégico do plano nacional de vigilância para a febre aftosa, que nos permite celebrar esse reconhecimento internacional no dia de hoje", acrescentou.


Fonte: Sistema Farsul
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