30/09/2020 às 11h05min - Atualizada em 30/09/2020 às 11h05min

Oitenta e cinco anos do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes

Em maio de 1935, o Dr. Benedito Valadares transferiu a sede do Governo de Minas Gerais para a Fazenda São Mateus e lá promulgou o Decreto nº 50, de 14 de maio de 1935, criando em Juiz de Fora - MG, a Indústria Agrícola "Cândido Tostes", sendo este nome em homenagema um personagem ilustre, antigo dono da fazenda que tanto fizera pelo desenvolvimento da região. Assim nasceu o curso técnico em leite e derivados mais antigo do Brasil. O Instituto adiantou-se à concepção social de educação, vigente nos dias atuais, que propõe a vinculação da escola ao mundo do trabalho. Ali, esta circulação vem ocorrendo de forma equilibrada favorecendo o diálogo escola e empresa, pela articulação natural entre a teoria e a prática. O aluno é o portador que leva as tecnologias de ponta, colhidas na escola e novos produtos ali desenvolvidos, para a empresa e dela traz as demandas que o mercado consumidor está a exigir. A sua infra-estrutura permitiu consolidar ainda mais a formação especial, com destaque para o setor de estágio supervisionado. Vale ressaltar que, grande parte deste processo deve-se ao fato de a Instituição trabalhar em regime de tempo integral.

Em 1974, o Governo do Estado de Minas Gerais, através da Lei nº 6310, autorizou a constituição da Empresa de Pesquisa Agropecuána de Minas Gerais - EPAMIG, cujo objetivo era responder pela linhas de pesquisa no Estado, analogamente ao trabalho realizado pela EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a nível nacional. O Governo do Estado estava deslocando o Instituto de Laticínios "Cândido Tostes" da estrutura da Secretaria de Agricultura, transferindo-o à recém criada Empresa, com todas as suas atividades e o seu patrimônio. Assim o ILCT tinha institucionalizado a sua atividade de pesquisa. Os programas de ensino e pesquisa são executados em perfeita integração, sendo que os trabalhos desenvolvidos pela pesquisa constituem instrumento básico no aprimoramento técnico do ensino em laticínios. Casamento perfeito entre duas atividades fins: Ensino e Pesquisa, algo sonhado pela Universidade Brasileira, presente na realidade de uma escola de ensino técnico.

A institucionalização da pesquisa através da EPAMIG tomou impulso rápido, pela base que encontrou no ILCT; o espírito de pesquisa estava instalado desde a criação, na distante década de 30. De então, até 1980, contou-se com o frutífero trabalho de tecnologia estrangeira, notadamente européia, de fabricação de queijos, manteiga e outros produtos lácteos, em que os processos adequados às condições brasileiras, eram de imediato transferidos à indústria nacional. Toda a organização existente foi mantida guardando integral fidelidade à sua tradição e ao postulado inscrito na parede de entrada de seu núcleo industrial. "Para saber mandar é preciso saber fazer - para saber fazer é necessário aprender fazendo".

Para se ter uma ideia, o primeiro diploma emitido do curso de Medicina Veterinária no Pais foi somente em 1933. Apenas dois anos antes.
O Brasil ocupa a 3ª ou 4ª colocação mundial em produção de leite. Hoje é uma grande potência lactea. O alimento mais consumido no mundo é o leite, e basicamente 100% do que o Brasil produz é consumido aqui mesmo. O parque da indústria láctea no país é forte e evoluída. Praticamente todas cidades brasileiras tem produção de laticínios. Temos capacidade de competir em qualidade e também em capacidade de produtiva com os maiores produtores de lácteos do mundo.
Já ganhamos várias medalhas em campeonatos mundiais. Temos uma cultura queijeira muito forte e espalhada por todo país. Minas Gerais detém os maiores volumes de produção e a maioria dos queijos renomados nacionalmente. Mas podemos considerar que os brasileiros fazem queijos maravilhosos e com certa complexidade em todos estados do país.
A indústria de Laticínios do Brasil está apta a exportar para vários países, não somente porque temos equipamentos de alta tecnologia, ou capacidade de produção de leite em quantidade, mas também porque temos mão de obra especializada para produzir todos os derivados lácteos necessários.
Podemos nos encher de orgulho quando o assunto é leite e seus derivados. Estamos entre os cinco maiores mercados produtores mundiais e com capacidade de sobra para ser o maior produtor mundial de Leite e derivados. Temos um parque industrial vigoroso. Temos mão de obra super especializada e treinada. Já somos o país do agronegócio.
Hoje, o ILCT possui reconhecimento, imagem e conceito positivos junto à comunidade técnico-científica e junto ao setor produtivo no Brasil. O seu reconhecimento mundial estende-se a mais de sessenta países, através dos especialistas do setor. Este sucesso foi conseguido graças ao modelo de Ensino-Pesquisa-Extensão, cujo desenvolvimento foi sempre calcado na conjugação equilibrada entre a teoria e a prática.
A Cândido Tostes entra justamente neste contexto. Se não fosse o Instituto ter formado milhares de profissionais ao longo de seus 85 anos de existência, o Brasil jamais seria a potência que é quando se trata da indústria de leite. 

Meus parabéns querida “Cândinha”
Saudações Laticinistas
Marco Antonio Cruvinel L. Couto

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