27/07/2016 às 13h45min - Atualizada em 27/07/2016 às 13h45min

Argentina: Produtores suspenderão entrega de leite como protesto pela crise do setor

O presidente da Câmara dos Produtores de Leite (Meprolsafe), Marcelo Aimaro, anunciou que no dia 3 de agosto será realizado um protesto na cidade santafesina de Rafaela que consistirá na distribuição gratuita de leite, como forma de denunciar a difícil situação do setor.

“No dia 3 de agosto realizaremos um protesto para denunciar a situação crítica que vive o setor, enquanto entregaremos leite aos motoristas, para que a população entenda a situação dos produtores de leite”, disse Aimaro em declarações ao Télam. “Estaremos reunidos às 10 horas da manhã, na rua Nacional 34, em frente ao terminal de ônibus. Faremos uma manifestação pacífica, entregando mais de dois mil litros de leite – um por pessoa – como forma de propagar nossas reivindicações”, explicou o dirigente. “A maior reivindicação é que o Governo Nacional faça um ordenamento da cadeia, recuperando a rentabilidade que os produtores precisam, e que atualmente é absorvida por outros elos”, disse Aimaro. “Hoje o produtor precisa não menos de 5,50 pesos. O trabalho do INTA mostra que o custo está entre 5,30 e 5,40, então, se não temos rentabilidade, lamentavelmente vamos desaparecer”, explicou. “O mais importante é a criação de Fundo de Reparação Histórico, para que se recupere 1,50 pesos que está dentro da cadeia e que pertence aos produtores, porque precisamos deles para continuar”, afirmou. “O valor corresponde ao custo de produção apurado pelo INTA, de 5,30 a 5,40, e o valor de 4,10 pesos/litro pagos pelas indústrias em junho, segundo dados oficiais. O dinheiro está na cadeia, e, pretendemos que haja um ordenamento de forma que cada elo leve a parte que lhe corresponda, o que não está ocorrendo hoje em dia”, acrescentou. “Foram fechadas 10% das fazendas leiteiras da província, causando um impacto considerável, uma vez que cada fazenda fechada desemprega pelo menos cinco pessoas; além do mais, outros trabalhadores da cadeia serão afetados. Por isso temos que andar juntos. Caso contrário haverá muito menos trabalho para todos”, comentou.

“O impacto maior é a grande quantidade de vacas que saíram do sistema, com destino aos frigoríficos”, assegurou o dirigente, acrescentando: “A diferença de outros momentos em que os animais eram vendidos para outras fazendas, hoje em dia não existe rentabilidade em fazendas, pequenas, médias, ou grandes; assim sendo, creio que 20% das vacas vão para outras fazendas, mas, o restante segue para o frigorífico”. “Os produtores estão afogados em dívidas, e os que podem mudar de atividade o fazem, como ir para a agricultura ou arrendar as terras”, esclareceu. “Em Santa Fe, a quantidade de vacas que foram para os frigoríficos é monstruosa. O plantel deve estar entre 4.700.000 a 4.800.000 vacas, quando tínhamos entre 8 e 9 milhões”, concluiu.

Fonte: Terra Viva

 


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