10/10/2012 às 08h32min - Atualizada em 10/10/2012 às 08h32min
Desenvolvimento sustentável - que raios é isso e como eu posso interagir?
O termo desenvolvimento sustentável tem algumas interpretações. Colocamos algumas possibilidades de entendimento e para não ficar apenas na teoria juntamos algumas imagens e sugestões de sites onde é possível exercer sua cidadania medindo sua pegada de carbono e hídrica, saber os químicos nos seus cosméticos, onde entregar seus resíduos, saber quais são os eletrônicos menos agressivos ao meio ambiente e muito mais.
Boa leitura!
Desenvolvimento. Um das possíveis definições poderia ser "a ação ou efeito de desenvolver (algo) ou de se desenvolver. É necessário, portanto, explorar o significado do verbo "desenvolver": trata-se de acrescentar ou de melhorar/aperfeiçoar algo podendo ser de ordem física, intelectual ou moral. Se o conceito de desenvolvimento for aplicado a uma comunidade humana, nesse caso, está-se perante uma situação de progresso em termos econômicos, sociais, culturais ou políticos". Progresso esse, que muitos gostariam que viesse com a outra palavra do título, "Sustentável".
Por definição, sustentar algo a alguém. "No âmbito da ecologia, um processo sustentável é aquele que se pode manter no tempo por si mesmo, sem ajuda externa e sem dar origem à escassez dos recursos existentes"
Extremamente curioso à junção dessas duas palavras. Progredir de forma que se preserve ou conserve a natureza. Preservar e conservar são coisas diferentes. Ao passo que a primeira pode ser entendida como: "garantir a continuidade ou sobrevivência" - defender, proteger também podem se relacionar com a preservação. Conservar poderia ser entendido como: "manter em bom estado, guardar". Então teríamos um aperfeiçoamento da moral, da economia, da sociedade, da cultura ou política as quais poderiam se manter no tempo por si só sem ajuda externa e sem acabar com os recursos, sejam lá suas origens. Ainda nessa sopa de palavras, garantindo que não se mexa na natureza, defendendo e protegendo ou simplesmente usando com bom senso, conservando-a.Confusão. É isso que temos. Valores antigos são muito bem presentes na nossa sociedade ocidental moderna. Quem de fato é civilizado? Seres humanos sem tecnologia, sem sistemas de crédito e construções verticais ou os outros humanóides com tudo isso e ainda mais. Falsas verdades que se perderam no tempo e na lógica fazem parte da nossa rotina como verdades absolutas e inquestionáveis. Apatia nossa e de nossos amigos com assuntos sérios virou rotina.
Falar, berrar, escrever, mobilizar leva tempo. Leva-se tempo, cansa. Cansa-se. Não quero cansar, e se não quero cansar a zona de conforto é a melhor solução. De pernas ao leu, tomando um caipirinha, pagando juros em cima de juros, (não) vendo meu_seu dinheiro de imposto enriquecendo políticos de extremo mau caráter, que, na lábia conquistam a opinião pública. Com a lábia e alguns trocados. Desenvolver e sustentar seria simples. Seria por que não é. desejos de uns são o ódio de outros.
Imagine as Cidades há 100 anos- Feche os olhos e pense por 30 segundo ou mais. Tente imaginar como era. Ficou difícil? Vá 15 anos atrás, em 1997. 15 anos não é muito vai. Há 15 anos tínhamos comunidade igual à parte de cima da figura? Opa, claro.
Veja o exemplo de Altamira (Belo Monte), levando em conta o que se passa com os índios de diversas etnias. Em 1997 não tínhamos internet no formato atual, facebook, carros redondos, smartphones, TV igual a um quadro e outros bens de consumo que evoluíram com o design. Não digo que essa evolução é ruim não. A tecnologia é vista como uma saída para crises que vamos enfrentar. Mas não podemos ficar refém da tecnologia imaginando que irá resolver todos os problemas do mundo. Tudo é muito. Criar produtos com menos materiais, respeitando o ciclo de vida do produto é fantástico. Contudo, um ponto chave que vejo é a ganância. Será que precisamos de coisas novas a 8 meses? Será que não invertemos os valores vendo nas mercadorias nossa fonte de desejo e realizações.? Cadê o amor pelo próximo, à admiração por alguém, à realização e o sentimento de plenitude ao observar uma bela imagem, ou ler um belo livro?
Ainda pensando na imagem acima. Cidades verticais desapropriando a natureza como ela é em nome do desenvolvimento. Desigualdades geradas por isso, onde o dinheiro atrai mais dinheiro e dívidas mais dívidas. Se vamos construir algo, que seja respeitando o ambiente local (natureza, pessoas, espaço), interagindo da melhor forma possível, tentando mantê-lo. Cuidar das pessoas que ali moraram oferecendo soluções reais e plausíveis para manter a dignidade dos que foram desapropriados. Oferecer cuidados seja lá quais forem necessários para manter o bom andamento da vida dessas pessoas. Dá trabalho pensar nisso tudo e com certeza tem outros pontos a serem percebidos. Como o trabalho é muito para manter a dignidade humana, e como o dinheiro "fala mais alto", como "tempo é dinheiro" dificilmente essa equação da certo. Exemplos mundo a fora não faltam.
Desenvolver e crescer não necessariamente estão ligados a consumo tolo desenfreado. Métricas foram criadas para tentar balizar algo. Mas, veja do ponto de vista de quem quer entrar no jogo. Muita sacanagem proibir, ou boicotar os crescimentos dos pequenos a partir de agora já que os grandinhos já cresceram desenfreadamente, sem a mínima preocupação e agora, querem que os outros não cresçam. Se assim o fizerem, o poder será transferido, e ninguém quer perder esse poder tão doce. No meio disso a natureza será reduzida, teremos mais pessoas consumindo, mais produtos. Um dualismo pra lá de complicado de balizar. Mesmo por que muitos países não querem balizar nada. Apenas continuar na sua de conforto, ou desconforto com as crises econômicas.
Veja a imagem ao lado esquerdo que mostra quanto se consome em alguns países. É isso que buscamos? Se for manter o consumo que seja responsável, consciente, que de fato seja necessário. Se for o consumo que satisfaz a sociedade moderna ocidental, pois bem, que o façam com respeito a tudo e a todos observando os impactos causados por isso. Que as empresas divulguem fatos reais. Sim, algumas vão quebrar. Fechando as portas mais pessoas desempregadas prontas para mudar de vida e de foco de vida. Sim isso é possível alinhando políticas públicas locais e globais.
Autor: Rafael Art
Referências bibliográficas:
Rafael Art, 28 anos. Durante toda a sua juventude atuou em projetos voluntários voltados à sócio-educação. Graduou-se em Administração de Empresas pela PUC-SP onde escreveu seu trabalho de conclusão de curso sobre a influência do marketing social no desenvolvimento sustentável. Atua em diversos nichos de mercado, sempre com o foco da sustentabilidade e é o diretor-fundador do portal de conteúdo Agora Sustentabilidade. Profissional autônomo, ministra palestras sobre o tema e é aluno da pós-graduação em Mídias Digitais, Terceiro Setor, e Sustentabilidade da USP (Universidade de São Paulo).
Fonte: Revista Sustentabilidade