28/02/2017 às 10h23min - Atualizada em 28/02/2017 às 10h23min

Com a forte queda na produção, o consumo de leite desaba 25%

Consumo/AR – Em 2016 a queda na produção primária de leite foi de 14%, o pior rendimento desde 1970. O consumo per capita, no entanto, foi o mais baixo desde a crise de 2001. A crise do setor lácteo deixou em 2016 dados alarmantes.

A produção primária de leite alcançou 9.711 milhões de litros, o que significou queda de 14,17% em comparação com 2015. Esta queda foi a maior baixa desde 1970 (semelhante ao retrocesso verificado em 2002, quando em plena crise econômica e institucional a retração havia sido de 10%) e evidencia a complicada situação que vem atravessando os produtores de leite e a indústria de laticínios do país nos últimos anos. Em termos de litros, foram 9,7 milhões os produzidos. A pior marca desde 2007. Quando foram produzidos 9,5 milhões de litros. São dados fornecidos pelo boletim do Observatório de Políticas Públicas da Universidade Nacional de Avellaneda (Undav), com base em informações da Subsecretaria de Lecheria do Ministério de Agroindústria. Ainda que as causa principais que menciona o informe citam a perda de consumo no mercado interno, queda do poder aquisitivo dos consumidores, inflação, e retração na demanda externa, em grande parte também influenciaram as fortes inundações que sofreram as principais bacias leiteiras do País (Santa Fe-Córdoba), na primeira metade do ano (e que se replicaram no começo deste ano), além da baixa de rentabilidade dos produtores e das indústrias por vários anos. Talvez o caso da SanCor seja o mais emblemático, mas para muitos pequenos produtores a situação tornou-se insustentável. Segundo o Observatório da Cadeia Láctea (OCLA), em 2016 foram fechadas 460 fazendas leiteiras, duplicando a taxa média de encerramento dos últimos anos. “Incidiram sobre o setor o aumento de combustíveis, que encareceu a logística. Também a decisão da atual administração de eliminar boa parte das retenções agrárias sem oferecer compensações aos produtores de laticínios”, critica o boletim da Undav. Acrescente-se a desvalorização cambial de dezembro de 2015 e a subsequente eliminação dos direitos de exportação da maioria dos cereais agrícolas, “dissociando os preços de venda da produção primária para o setor industrial e os custos de produção na fazenda”. A pesquisa afirma que o consumo anual de leite por habitante, medido em litros, caiu da média mensal de 44 litros consumidos em 2015, para 40 litros em 2016, o menor consumo per capita desde a saída da crise de 2001. A maior parte da queda é explicada pela situação do leite pasteurizado. Houve redução de quase 6 litros do produto (-20%), em 2016. Por outro lado o consumo de leite esterilizado cresceu 15% e do leite achocolatado diminuiu 10%. O consumo de leite fluido caiu 9,3% de um ano para o outro. Diante de menor demanda interna, o leite em pó foi o que registrou queda mais forte, 43,8%, seguido pela manteiga, com 13,1%; o iogurte, com 9,8%; e o leite líquido, com 9,3%. Quanto à balança comercial do setor, a análise observou  que as exportações lácteas totais passaram de 428 milhões para 378 milhões de litros, baixa de 13,23%; e em divisas a queda foi de 50,72%, de US$ 1.352 milhões em 2015, para US$ 897 milhões em 2016. Como exemplo, menciona o cenário resultante dos sete principais exportadores de lácteos do país, que apresentaram perdas de 71%. Enquanto isso, as importações do setor também foram maiores, e chegaram a 5,3 milhões de quilos, 55,9% a mais que no ano anterior, e em valores totalizaram US$ 16,9 milhões, o que significou crescimento de 43,22%.

 

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Agrositio – Tradução livre: Terra Viva
  • Data:Quinta, 23 Fevereiro 2017

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