15/01/2014 às 16h41min - Atualizada em 15/01/2014 às 16h41min

Retrospectiva 2013 para a cadeia láctea

Marco Antônio C. Lemos Couto

Quando falamos em cadeia láctea, queremos dizer, os produtores de leite, as indústrias de laticínios e o varejo. Em partes, o ano que passou não trouxe nada de novo, pois os produtores e as indústrias continuaram sem se comunicar, brigando entre si. O varejo continuou colocando 40% mínimo em cima do preço, utilizando ainda o sistema de troca e devolução. Portanto, continuaram andando, mas cada um por si. 

As indústrias continuam comprando leite sem falar em preço, por exemplo. Pagam até 40 dias depois de recebido o leite, mas pagam o preço que acham que ele vale naquele momento; e se naquele momento é um momento de baixa, o produtor recebe o valor devido em baixa, mesmo que, se a 40 dias ele estivesse em alta. Os produtores por sua vez, na maioria dos casos, não tem fidelidade, comprometimento com a indústria, criando ainda muita resistência quanto a necessidade da qualidade do leite. Por sua vez o comércio continua alheio a tudo isto, pois independe do preço recebido e coloca 40% mínimo de margem de lucro. Com isto, vemos que tudo continua normal, como sempre foi o mercado, um elo ou uma cadeia que não se alinha.

Mas existiram dois ingredientes diferentes que devem ser citados. Primeiramente o preço do leite teve em patamares nunca antes visto. Há muitos anos era um sonho do produtor de leite ganhar U$ 0,25/litro, mas este ano chegou em muitos casos acima de (R$1,10/litro) U$ 0,50/litro. Mas veio então, um segundo componente a mais para comer a cereja do bolo. Este componente foi o preço da alimentação do gado. O preço do milho e da soja estão muito altos, pressionando o custo do leite. Quem conseguiu alimentação barata, (prevemos nas perspectivas de 2013) através de silos, capins, canas, teve a grande chance de ganhar um pouco mais, para reinvestir em animais, estrutura, tratores, alimentação, etc.

Mas como diria um amigo, “apesar dos tombos, a montaria foi boa”; no final tivemos um saldo positivo, uma vez que todos tiveram condições de ganhar. O varejo continuou com sua margem, as indústrias tiveram um certo problema, uma vez que o preço do leite estava alto e elas não conseguiam repassar todos os custos, mas teve seus ganhos também. Os produtores tiveram quase os 12 meses de altas consecutivas, o que lhes deu um fôlego para iniciar 2014. 

Nosso desejo é para que as indústrias e os produtores se alinhem, e se complementem, ao invés de serem concorrentes. Quando tivermos esta união, poderemos ver um produtor forte e qualificado, com uma indústria estável e competitiva!

Saudações Laticinistas
Marco Antônio C. Lemos Couto
Site Ciência do Leite


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